2 de maio de 2012

Primeira Impressão

Electra Heart
Marina & The Diamonds


Fazer um álbum conceitual hoje em dia é extremamente complicado devido a fatores mercadológicos. Fazer um álbum conceitual eletropop é ainda mais difícil. Numa época onde a maioria das músicas não passam de "vamos dançar a noite inteira" como assunto e batidas feitas apenas para bombar nas paradas, ter espaço para criar composições que vão além de tudo isso é de tirar o chapéu. Então, já podemos esperar algo interessante do álbum Electra Heart da galesa Marina & The Diamond. Nem que o resultado final seja irregular.

O segundo trabalho dela é a história da glória e queda da "personagem" Electra Heart. Misturando influências do mundo pop que vão desde Madonna até Pet Shop Boys em uma moldura de "tragédia pop-grega". Devido a isso o álbum embarca em um tom sombrio e dramático onde ela usa bastante de cinismo, humor negro e uma pitada da sadismo calculado. Apesar de trabalho com nomes do pop comercial atual como Dr. Luke, Sategate e o DJ Diplo, ela dá espaço para produtores que a ajudou a lançar seu primeiro álbum, The Family Jewels em 2010. Do começo ao fim, Electra Heart é um trabalho impressionante se tratando de arranjos. Cada música tem sua grandiosidade própria e soa elegantemente original. Indo na contramão do "tradicional", Marina tem uma poderosa voz que necessita de quase nada para mostrar a que veio. Os efeitos vocais são utilizados de maneira inteligente deixando a voz dela brilhar naturalmente. O grande problema é como a "história" de Electra. Entre composições inspiradíssimas cheias de sarcasmos, o álbum tem várias letras fracas artisticamente falando. Faltou para certas músicas uma pegada mais refinada e, em algumas, mais inteligente. Esses momentos fazem o resultado do álbum cair levando junto a ótima produção envolta delas. E devo dizer que é uma pena, pois quando ela acerta é de aplaudir de pé. A genial Homewrecker (uma das melhores músicas do ano até agora) em estilo fala/canta uma Marina que não tem medo admitir que é uma "destruidora de lares" que não acredita no amor. Fazendo uma aberta e avassaladora crítíca ao mundo dos ídolos pop na genial Teen Idle. Outros bons momentos estão no single Primadonna (resenha a seguir),  a triste Starring Role e na dark Valley of the Dolls. Já os momentos  fracos concentram em Lies, Power & Control e chatinha Hypocrates que destoa do resto do álbum. O resultado é irregular, mas é louvável ver alguém fazendo algo diferente.

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