4 de fevereiro de 2013

Faixa Por Faixa - Grandes Álbuns

CD: Arular
Artista: M.I.A.
Gênero: Worldbeat, electroclash, reggaeton, hip hop, reggae
Vendagem: 130 mil cópias
Singles/Peak na Billboard: Galang (Não entrou), Sunshowers (Não entrou) e Bucky Done Gun (Não entrou).
Ano: 2004




Vocês podem se perguntar o motivo de um álbum que vendeu apenas 130 mil cópias desde que foi lançado há nove anos pode ser considerado um dos melhores trabalhos dos últimos tempos? Mesmo sem ser descoberto pelo grande público, o álbum de estréia da artista (sendo um misto de cantora, compositora, diretora, pintora) M.I.A. foi como um sopro de genialidade no mundo musical com a reinvenção sonora que ela trouxe para o trabalho. A grande mistura de ritmos que vai do hip hop ao funk carioca em um trabalho "cru" e praticamente autoral (coisa difícil de dizer para uma produção sonora) misturada a uma gigantesca consciência sócio-política de M.I.A ao explorar temas pouco usados e de difícil assimilação faz de Arular um trabalho ímpar na história da música criando um pérola atemporal e genial.

Faixas

1.Banana (Skit): São apenas trinta e cinco segundos dessa introdução, mas que já apresenta de maneira primorosa como fazer todo o álbum: esquisito, viciante, cru, único e poderoso.
nota: 8,5

2.Pull Up the People: o álbum começa com ela já apresentando da melhor maneira possível: sem papas na língua M.I.A solta no refrão:

Gíria afiada
Isso é a M.I.A afiada
Eu tenho as bombas para fazer você explodir
Tenho as batidas para fazer você estourar, estourar, estourar


Já somos introduzidos ao mundo dela que foi criada no Sri Lanka e coloca um pouco da realidade que via e viveu no país. Além disso, a construção desse dancehall competente e poderoso só aumenta a atmosfera de originalidade que ela coloca na música.
nota: 8,5

3.Bucky Done Gun: Pegue um sample do funk "Injeção" da Deize Tigrona misture com elementos de hip hop, dance music e dancehall e temos uma das melhores canções da carreira de M.I.A que entra no hall de melhores dos últimos vinte anos. A batida é viciante, mas de uma jeito diferente. A proposta dela é de criticar o mundo do rap que segundo ela foi de "Public Emeny até o 50 Cent" e que depois ela tinha medo para aonde iria. Clássico moderno.
nota: 10

4.Sunshowers: Que tal uma critica a cultura do terror em uma canção downtempo com uma vibe reggae e sexy, tudo ao mesmo tempo? Só ela consegue dar vida ao uma canção que atinge o seu propósito de uma tão original e complexa. O refrão com uma outra voz é a cereja no bolo.
nota: 9

5.Fire, Fire: Em uma batida mais "suja" e sintética, M.I.A fala sobre a "vida de um guerrilheiro" que podia estar na Colômbia, no Sri Lanka, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo de maneira exemplar usando poucas palavras e metáforas impactantes.
nota: 8

6.Dash the Curry (Skit): Novamente ela se faz entender em poucos segundos e com pouca, mas significante "substância".
nota: 8,5

7.Amazon: Aqui a mensagem é clara: M.I.A é uma prisioneira na Amazônia. Outro importante fator é como ela "canta" suas canções. Seu sotaque é usado para dar significância para suas composições assim como seu modo especial de cantar que as vezes é quase um rap. Aqui um lado mais "doce" dela aparece.
nota: 8,5

8.Bingo: Apesar de menos impactante, M.I.A continua a explorar sua musicalidade colocando elementos de rock bem interessantes.
nota: 7,5

9.Hombre: Ela começa a cantar em uma mistura de espanhol com português e inglês com um sotaque extremamente forte quase identificável:

Oi, garato, piga minho numuro
Oi, garato, piga minho numuro
Me liga, you' teaser
Liga para mim, please
Me liga, you' teaser
Liga para mim, please


Ao falar de sexo, ela não economiza na safadeza que aqui funciona perfeitamente quando se descobre que a canção faz uma narrativa interessante sem julgar sobre condutas que fazem uma mulher se vender sexualmente para ter uma vida melhor.
nota: 9


10.10 Dollar: Se antes ela ainda tinha um lado sensual, aqui ela transforma um "eletrônico bate-estaca" em uma carta aberta sobre a exploração feminina:

Menina chinesa, cresceu pra ser uma grande garota
Ela tinha uma visão ampla para o mundo todo
Noiva-alugada do Sri Lanka
Encontrou para ela um banqueiro londrino

Necessita de um visto?
Pegue com o velhote
Necessita de algum dinheiro?
Ela pagou com os seus joelhos para cima


Sem mais.
nota: 9,5

11.U.R.A.Q.T.: Uma briga entre amiga por causa de um homem. Apesar de ser do ponto de vista da M.I.A, a canção é a menos interessante do álbum com uma produção estranha e sem conexão com o resto do álbum.
nota: 6

12.Galang: Falando sobre uso de drogas e com alusões ao grupo The Clash e os atentado de 11 de Setembro a canção pode estranhar se ouvida como "solo", mas no interior de Arular (que por sinal é o apelido do pai dela depois que virou ativista) funciona bem.
nota: 8

13.M.I.A.: O álbum termina com a mais direta critica dela no álbum inteiro. Pontual e atual.
nota: 8

Um comentário:

Darlan disse...

AMO esse album!!! Tem q fazer um faixa por faixa do kala tbm! u.u kkkk