1 de outubro de 2013

Primeira Impressão

Kiss Land
The Weeknd



Uma coisa que aprendi já faz algum tempo é de que boas ideias não resultam necessariamente em boas músicas. Esse é caso do álbum debut do cantor The Weeknd, Kiss Land.

O canadense de descendência etíope ganhou notoriedade com o lançamento de três mixtapes (House of Balloons, Thursday e Echoes of Silence) nos últimos tempos. A critica especializada o acolheu com bastante entusiasmo o colocando como "a nova cara do R&B" devido a sua sonoridade "inovadora" conseguindo modernizar o estilo sem perder seu DNA. Um ótimo exemplo disso é o single Wicked Games proveniente do compilação das três mixtapes intitulado Trilogy. Com tudo isso a seu favor, The Weeknd tinha tudo para fazer um debut espetacular, mas não é isso que acontece.

Kiss Land é calcado nessa sonoridade que o cantor traz: um R&B dark, quase "sinistro", com uma construção beirando ao grandioso, mas que tem uma concepção para transmitir certo minimalismo. Tudo é bem produzido e a concepção é mais que interessante é quase genial, mas infelizmente o resultado é bem aquém do que poderia ser. Falta "empolgação" em Kiss Land. A gente não consegue embargar na tortuosa viagem que The Weeknd propõe. Podemos sentir o turbilhão de sentimentos que ele colocar em cada faixas, mas há uma parece de vidro bastante expeça que não deixa isso chegar e invadir nossos sentidos. Isso seria fundamental para a sonoridade dele ser compreendida e apreciada como a sua concepção inicial pede. Ele quase consegue isso na bela Pretty, mas faltou alguns pontas serem aparadas. Não ajuda muito as canções, em sua maioria, terem cerca de mais de cinco minutos. Se colocando em um papel de um cara estranhamente frio, distante e contemplativo The Weeknd se mostra um cantor com futuro e com um timbre que lembra uma versão sombria e melancólica de Michael Jackson. Contudo, ele não tem um material a altura de seu potencial para cantar. As composições expostas em  Kiss Land são fracas se colocarmos na balança que elas deveriam sem muito mais dramáticas e com uma construção mais refinada. Mesmo sendo um acerto Adaptation sofre desse problema. Assim também estão as boas Kiss Land e Professional. Não é um trabalho ruim, mas suas ideias não correspondem aos fatos. A grande pergunta é: será que estamos apenas na superfície do que The Weeknd pode mostrar? Ou não há mais nada para cavar ali sendo que ele foi apenas fogo de palha?

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