6 de janeiro de 2014

Primeira Impressão

Freedom
Rebecca Ferguson


Tem uma característica que eu realmente não importo é o "sucesso comercial" quando deparo com um álbum realmente bom. Não importo com a sua vendagem ou quantos singles ficaram no topo das paradas. Só me importo com a música que chega aos meus ouvidos. Por isso, sempre estou aberto para a música de qualquer artista e ela me retribui com presente como o segundo álbum da inglesa Rebecca Ferguson, o lindo Freedom. Conhecida após sua participação no The X Factor UK, Rebecca lançou o aclamado Heaven que tinha a sensacional Nothing's Real But Love. Apesar do resultado sensacional o álbum anterior tinha certas "irregularidades". Dois ano depois a cantora retorna para comprovar definitivamente o seu potencial.

Não espere um álbum que tenta vender Rebecca como uma cantora pop construída para disputar posições nas paradas inglesas ou internacionais. Espere ouvir Rebecca fazendo o que nasceu para fazer: cantar soul music. Em Freedom ela faz isso com louvor ao entregar performances sólidas, poderosas e com toda aquela emoção que o estilo necessita. Mais que apenas boas performances, Rebecca e seu belíssimo tom (uma mistura de Macy Gray com uma versão mais delicada da Tracy Chapman) conseguem construir e delimitar a sua personalidade artística entregando interpretações emocionantes e de intensidades perfeitas para cada música mostrando toda a sua força e ao mesmo tempo sabendo controlá-la. Um trabalho primoroso assim como a ótima produção dada. Contando com a presença de vários produtores pouco conhecidos desse lado do Atlântico Freedom é construído com os dois pés ficados no soul, mas dando um toque moderno misturando influências distintas como o do pop e do R&B contemporâneo. Porém, o excelente trabalho na criação de uma sólida, refinada e deliciosa. Não há nenhum momento fraco durante todo o álbum que consegue manter a qualidade artística e técnica com arranjos excepcionais. Como o nome Freendom pode indicar o álbum é essencialmente sobre liberdade, ou melhor, é sobre libertação. Aquele tipo de libertação que você sente quando deixa para trás pessoas e sentimentos que nos fizeram mal. Um trabalho tocante, cativante e sincero que consegue chegar em qualquer coração sem precisar desbancar para o sentimentalismo barato. Dentre todas as ótimas faixas há dois momentos de destaques: o dueto com John Legend na linda Bridges e a avassaladora Freedom. Mesmo sem ter o sucesso que merece, Freedom merece ser descoberto por quem gosta de música.

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