14 de março de 2014

Primeira Impressão

The Outsiders
Eric Church


Eu acho que depois de quase seis anos de blog tenho a liberdade de fazer uma pergunta bem intima para vocês, meus leitores: vocês confiam em mim? Sim, gostaria de saber se dentro da nossa relação de autor/critico e leitor, vocês podem me dar um voto de confiança e seguir a risca um conselho meu? Se a resposta for sim, peço que vocês deem uma chance e ouçam o álbum The Outsiders do cantor americano Eric Church. Sim, eu estou pedindo para que vocês se despirem de todo e qualquer preconceito que tenhamr em relação ao country, pois The Outsiders é bem mais que apenas um CD de country. The Outsiders é simplesmente um álbum excepcional.

The Outsiders já está na liderança e deve permanecer entre as melhores produções instrumentais do ano. Cercado por uma banda inspiradíssima, Eric Church entrega faixas de um poder sonoro acachapante. Não há só um momento que seja ao menos bom, mas cada segundo vale a pena ser apreciado em toda a sua complexidade indo do mais elaborado até o mais simples sem perder a qualidade. Só que a primazia do álbum vai bem além de apenas arranjos perfeitos: boa parte do brilho do álbum vem da sua sonoridade. Os grandes responsáveis por isso é o próprio Eric que buscou quebrar as amarras da sua sonoridade e o produtor Jay Joyce que comandou o "barco" de maneira primorosa, por isso The Outsiders é bem mais que um CD de country, mas uma evolução/fusão do gênero com rock e blues criando uma sonoridade única, rica, marcante e impressionante. Por causa disso, The Outsiders se torna um disco divisor de águas para o cantor e que pode influenciar novas gerações. Não apenas como o álbum é produzido que excede as expectativas, mas como é construído a sua estrutura como, por exemplo, colocar a balada minimalista e tocante A Man Who Was Gonna Die Young logo após da grandiosa The Outsiders (faixa que dá nome ao álbum). A decisão não quebra a ritmo do álbum, mas coloca um tempero diferente e mostra a ousadia da produção. Eric domina cada faixa de maneira irrepreensível conseguindo mostrar toda a versatilidade que a sua grave e distinta voz pode oferecer seja nas canções em que ele encarna sua versão "mais country", nas canções em que ele encarna sua versão roqueira e nas canções em que ele apenas "narra". Em um tempo em que ouvimos a banalização cada mais acentuada das composições, The Outsiders é um oásis em que as canções recebem letras inspiradas em que podemos ver a personalidade de um artista sendo revelada desde os momentos mais despretensiosos até os mais íntimos em tom de confissão. Como sempre escrevo para álbuns com essa qualidade, The Outsiders é um álbum para ser ouvido por inteiro. Contudo, se fosse para apontar um momento que vai ficar na minha cabeça por muito tempo, eu indicaria a dobradinha de Dark Side e Devil, Devil (Prelude: Princess of Darkness), pois nessas duas podemos ver todas as qualidades de uma vez só que falei durante esse texto. Então, dêem um voto de confiança para esse blogueiro. Se não gostarem de The Outsiders peço desculpas. Se gostarem, nem precisam agradecer!

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