26 de dezembro de 2014

Primeira Impressão

Sucker
Charli XCX


Eu acredito que nos últimos anos a maioria das pessoas acha que o pop é apenas o batidão eletropop disseminado nos últimos tempos. Porém, ainda existem aqueles que sabem muito bem que pop é bem mais do que esse batidão e, para a felicidade dessas pessoas, ainda existem artistas que também pensam dessa maneira.

O ano de 2014 foi decisivo para a carreira da inglesa Charli XCX. Apesar de já ter lançado dois álbuns (o último, True Romance recebeu boas criticas da impressa), Charli só conseguiu ganhar destaque junto ao grande público ao participar do sucesso de Fancy da Iggy Azalea e, logo depois, ganhar destaque sozinha com a canção Boom Clap. O sucesso da sua música ajudou Charli a adiantar o lançamento Sucker, seu terceiro álbum.

Sucker ganha muitos positivos apenas por passar longe de qualquer massificação pop que ouvimos ultimamente nas paradas, pois Charli segue a linha pop/pop punk. Não que seja a coisa mais original da história, mas encontrar alguém no mainstream fazendo essa linha é raridade. Ainda mais raro é o fato de fazer com a qualidade que Charli entrega em Sucker. A sonoridade é muito bem construída devido a uma produção firme e sem muitas frescuras, mas que não se perde ou pesa a mão em nenhum momento, é a que a Avril Lavigne deveria estar fazendo se tivesse evoluído para algo que realmente valesse a pena ouvir. Sucker é um punk refinado, mas passa longe de soar "pop punk de boutique". Sucker é divertido e despretensioso, mas seu pop nunca é descartável. Sucker é rápido e direto em sua construção, mas sem nunca parecer dispensável aos ouvidos. Um ótimo exemplo disso é a divertidíssima Doing It que pede para virar single. O álbum se beneficia muito das composições ácidas, divertidas e com uma pegada feminista bem vinda sem ser piegas e, também, das performances carismáticas da cantora, mesmo sem a cantora apresentar grande versatilidade. O problema do álbum, porém, é o fato de que faltou para Sucker parece soar o mesmo do começo ao fim, isto é, não há grandes variações nas construções das faixas o que acaba deixando o álbum muito linear. Outro ponto negativo é que algumas faixas não são tão boas quantas as outras e estão concentradas bem no final do álbum como é o caso meia boca Hanging Around, da fraca Die Tonight e da irritante Need Ur Luv. Esse erro é compensado pelo ótimo começo com as boas London Queen, a homônima Sucker Gold Coins. De qualquer maneira, Charli XCX aponta como uma ótima saída para quem está cansado da recentemente massificação do pop e isso é sempre bem vindo.

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